DE OLHO NA NFL #15

 

Essa coluna tem como objetivo disseminar a discussão sobre assuntos relevantes da semana e do campeonato em si.

Nesse movimentado mercado da NFL, muitos times trouxeram novas peças, mas ninguém fez mais adições de impacto no elenco do que os Rams. Porém, com grandes nomes e grandes talentos, também podem surgir grandes problemas, o que será agora analisado.

 

Como será a temporada 2018 dos Rams? A estratégia de “win now” dará frutos?

 

Sim os Vikings contrataram o nome mais quente da Free Agency (Kirk Cousins – QB), mas quem mais movimentou o mercado foi o time de Los Angeles. Grandes nomes chegaram aos Rams: o CB Marcus Peters (ex-Chiefs), o CB Aqib Talib (ex-Broncos), o DT Ndamukong Suh (ex-Dolphins) e o WR Brandin Cooks (ex-Patriots).

Para tanto os Rams gastaram muito de seu capital de draft desse ano, incluindo a de primeiro round, trocada por Cooks. A segunda escolha foi negociada ano passado na troca pelo também WR Sammy Watkins, que ficou em LA apenas um ano. Se nenhuma troca ocorrer, a primeira escolha dos Rams será na posição 87.

Claramente os Rams estão numa estratégia de “win now”. Mas por que uma franquia com elenco tão talentoso e jovem tomou essa atitude? Normalmente vemos tal abordagem principalmente em times que possuem QBs veteranos que buscam aproveitar seus últimos anos de bom rendimento.

O primeiro motivo certamente é a troca de cidade. Os Rams tentarão dominar o mercado de Los Angeles. Claramente estão na liderança nessa disputa com os Chargers, mas querem ainda mais. As notícias bombásticas de trocas e todo o “hype” em cima do time ajudam nesse sentido. Vimos no ano passado os jogos em LA com pouco público local, e eles estão tentando mudar isso enquanto o novo estádio não está terminado.

Outra questão é aproveitar a janela de oportunidade que as franquias têm quando seu quarterback titular, normalmente o jogador mais bem pago dos times, ainda está em seu contrato de calouro. A estratégia é preencher o elenco de jogadores veteranos (e caros) para chegar ao Super Bowl enquanto o QB, no caso Jared Goff, não toma conta de boa parte do salary cap da franquia. Foi o que Seattle fez com Russel Wilson e os Eagles fizeram com Carson Wentz.

Essa situação, porém, tem um ponto ainda indefinido: o contrato de Aaron Donald (DT), certamente o atleta mais talentoso do time e possivelmente o melhor jogador de defesa de toda a NFL. Em 2017 Donald fez “greve” querendo novo salário, o que não conseguiu, somente se apresentando ao time pouco antes do início do campeonato.

Com a aquisição de Suh em um contrato de 14 milhões de dólares por 1 ano, isso pode deixar Donald, agora em seu último ano, ainda mais insatisfeito. Com o salary cap atual do time, teriam que fazer mágica para encaixar uma renovação de Donald ainda esse ano, pois ele deve se tornar o jogador de defesa mais bem pago da liga.

Para manter o foco na defesa, todos estão falando da maravilha que será essa pressão interna na linha com Suh e Donald, mas precisam ajeitar a maior fraqueza da equipe: linebacker. Seja para jogar inside ou outside, esta posição precisa ser endereçada. Trocaram Robert Quinn e Alec Ogletree, mas precisarão fazer mágica com as picks que têm nesse draft.

Porém não há como negar que será maravilhoso ver Marcus Peters e Aqib Talib nesse esquema do Wade Phillips. O time já foi bem ano passado contra o jogo aéreo (18 INT x 21 TD), e deve melhorar ainda mais com esses 2 novos jogadores que se beneficiarão da pressão que será causada por Donald e Suh.

No lado ofensivo todos ficaram maravilhados com o trabalho de Sean McVay em 2017, que facilitou muito o trabalho de Jared Goff, que teve ótima temporada. McVay também soube aproveitar ao máximo o talento de Todd Gurley, usando-o no espaço aberto para tirar vantagem de sua velocidade ímpar.

Para o grupo de recebedores agora trouxeram Brandin Cooks, ex-jogador de Saints e Patriots, para o lugar de Sammy Watkins, que não produziu o que esperavam dele. Cooks se juntará a Cooper Kupp e Robert Woods, que foram bem em 2017.

A utilização de Cooks será para abusar de sua velocidade pura. Deve ser colocado para correr rotas longas para chamar a marcação adversária, até mesmo facilitando o trabalho para Gurley. McVay tentou o mesmo com Watkins ano passado, mas seu baixo rendimento raramente atraiu marcação dupla das defesas.

Entretanto não me surpreenderia de ver Cooks sendo usado de outras maneiras. Na época de Saints, Sean Payton utilizou muito de sua velocidade no interior do campo em jogadas programadas para passes curtos com o objetivo de ganhar jardas após a recepção. Nos Patriots pouco vi dessa questão, ficando basicamente limitado a uma ameaça no fundo do campo. McVay é inteligente e pode ter pensado em coisas novas para ele, principalmente porque Goff não teve bons números nas tentativas de passes longos em 2017, embora seja algo que ainda possa melhorar.

Minha preocupação com Cooks fica mais na parte fora de campo. No Saints ele teve problemas com Sean Payton e saiu brigado de New Orleans pois Michael Thomas, em seu ano de calouro, passou a receber mais atenção de Payton e Brees no esquema ofensivo. Será que em um ataque focado em Gurley e com bons outros WRs no elenco essa história vai se repetir? Para investir nele a escolha de primeira rodada de 2018 com apenas 1 ano de contrato sobrando, os Rams devem acreditar em seu potencial.

Bom ano de 2017, seguido de excelentes contratações. A pergunta agora é como vai se desenvolver essa temporada 2018 dos Rams num elenco de tanto talento e em que o foco está claramente em alcançar o Super Bowl. A esperança é que Wade Phillips consiga controlar esses jogadores “temperamentais” como Peters e Talib. O segrego do sucesso é sempre vencer. Quando as coisas estão bem, ninguém tem defeito. Mas estou curioso pra ver como a equipe lidará com possíveis frustrações ao longo do ano.

Entretanto, ao final do ano de 2018, os Rams estarão bem apertados no salary cap com as renovações de Donald, Cooks e Lamarcus Joyner, em quem o time usou a franchise tag. Esta seria quase uma arrancada para vencer em 2018 e iniciar 2019 precisando mudar a perspectiva para acomodar esses jogadores ou deixando-os sair de graça. Cenas dos próximos capítulos.

 

Acham que os Rams têm o suficiente para disputar numa NFC com tantos times fortes? Acreditam no sucesso ou na decepção?

Comentem! Opinem! Discordem! Reclamem! A ideia é realmente bater um papo saudável com o máximo possível de pessoas sobre os temas aqui abordados.

 

 

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